terça-feira, 4 de maio de 2010

Dia da mãe...

Gostava que esse dia tivesse sido um dia feliz para mim, mas não foi.
Passei o fim de semana a chorar, com os nervos à flor da pele, deprimida e nem achei por bem que ela passasse esse dia comigo porque não queria que ela me visse assim.
Eu sou mãe, ela é filha...e apesar de tudo, não a posso culpar deste meu fim de semana estragado. Ela disse ao pai que ia para Lisboa. Mais cedo ou mais tarde era uma coisa que teria de ser dita...e foi este fim de semana...pronto!
Era inevitável ter de passar por isto. O meu coração é que queria acreditar que as coisas iam correr bem. Avisaram-me que podia ser assim, mas eu é que não queria acreditar. É como se visualizar essa hipótese me deixasse à beira de um ataque cardíaco e o meu corpo para impedir que isso acontecesse, me fizesse ter pensamentos positivos...e acreditar que podia existir bondade nas pessoas. Pois...enganei-me e caí redonda no chão!
Foi daquelas quedas que não desejo a ninguém.
Quando fui á igreja, no dia da mãe, não imaginam o esforço que fiz para não chorar, aquele tipo de choro que não se controla, que tinha mesmo que sair...
Então quando leram o salmo 121. Era para mim, não era? Ai como eu queria chorar!
Mas controlei-me e só depois de chegar a casa é que deixei sair tudo. Chorei tudo o que tinha para chorar, falei com Deus, pus tudo nas mãos Dele e deitei-me. Não tinha forças para comer, nem para nada. Só queria fechar os olhos e sonhar que tinha sido só um pesadelo.
Ouvir o pai da minha filha, que nem quando eu estava grávida conseguiu respeitar-me, dizer que não quer que eu mude de cidade, porque ela vai ficar mais longe dele...e que a solução é ela ficar com ele.
Uma menina que vai fazer 8 anos e nesses 8 anos, se somarmos os dias e horas em que ela esteve concretamente com ele, não dava 1 ano! E a culpa disso não é minha ou dela, mas dele, desde o início, que não se quis responsabilizar mais...
No papel em que devia dizer os horários das visitas, o tempo de férias que ela podia passar com o pai, ter tudo estipulado, ele não quis estipular nada! Preferiu que lá se dissesse que estaria com a filha quando tivesse disponibilidade.
E as necessidades da filha de estar com o pai não contam para nada? Pelos vistos, não...
Acredito que durma perfeitamente bem à noite, com a sua nova mulher e vivendo a poucos metros da filha, nem uma visita ou telefonema lhe faz durante a semana...
Nunca teve que se levantar à noite para tratar da filha quando ela estava doente e rabujenta, não passou noites mal dormidas.
Não foi ele que teve que ver a filha a chorar desesperadamente e senti-la a agarrar-lhe, porque não queria ficar ali na escola sem a mãe. Não foi ele que sofreu nesse dia por a deixar pela primeira vez com estranhos.
Não é ele que a vai pôr e buscar à escola, não é ele que perde do seu tempo para dedicar a essa pessoa mais pequena, que tem de passar a ser mais importante do que nós próprios.
E agora quer procurar por justiça, quer impedir-me de recomeçar a minha vida e de ser feliz? Sim, mas eu não seria feliz sabendo que deixei a minha filha com o pai (que ela mal conhece) e contra a vontade dela.
Deixarei de acreditar na Justiça se um dia permitirem que ele me faça isso...

4 comentários:

  1. Olha açorianinha vim cá para te seguir. assim vais ter de ver a minha cara todos os dias por enquanto.

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  2. 1º segui-te agora li o artigo e gostei muito. é verdadeiro? ou é ficção? se é real tenho imensa pena que a justiça não se incomode com os sentimentos das pessoas e principalmente das criança intervenientes. pena tenho de que a justiça não se incomode com o sofrimento das mães só porque as leis estão feitas num todo e não olham à singularidade das pessoas e cada caso é um caso. pena. bem agora que tenho ali a cara não te esqueças de me visitar.

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  3. Não sei se sentes assim, mas acredito que não caia uma folha sem a permissão divina e que tudo, absolutamente tudo, tem um propósito que, quando sofremos não conseguimos enxergar. Que Deus a abençoe.

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  4. obrigado por o dia da mãe

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