segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Um florescer no meio do nada...






Nunca imaginei que algo tão bonito pudesse florescer num ambiente tão árido e seco...

Estou surpreendida comigo mesma...porque eu sou essa flor...e acreditem que as lágrimas caem-me pelo rosto abaixo ao admitir neste momento que sou grata a Deus por Ele estar aos poucos a remendar o meu coração. Não sei se sabem, mas Ele por vezes utiliza pessoas, acontecimentos, frases que nos ficam na memória..para nos animar e dar força.

A nostalgia do que se passou lá atrás existirá sempre, mas não quero continuar a martirizar-me, porque isso só me vai tirar a alegria de viver e de sonhar. 

No entanto, a minha consciência talvez me diga que estou a ser demasiado ávida em querer ser feliz outra vez. Se calhar deveria ir com mais calma, dar tempo a todos à minha volta para se habituarem a me verem a sorrir outra vez. 

Sim, é verdade, eu fico com a sensação que algumas pessoas, incluindo família, não me compreendem. E porque penso eu isso? 
A experiência ao longo dos anos mostrou-me que eu realmente sou difícil de entender, sou uma ave rara, mas serei assim tão difícil de amar, ou sou eu que não deixo?
Se calhar estou à espera que apareça algo ou alguém que me dê essa resposta...
E será tão mau querer sentir que sou especial, que mereço sentir-me segura, tranquila, feliz?
No fundo talvez sinta que não mereça tanto...
Sei que agora tudo o que fizer terá de haver uma confirmação lá do Alto, para ter a certeza que corre tudo na perfeição, por isso ainda estou à espera dela, mas virá...
Veremos como se desenrola...e estarei aqui para continuar a abrir-vos o meu coração!



domingo, 20 de setembro de 2015

Até um dia, mãe...







Fui deixar-te ao aeroporto e não chorei, prometi a mim mesma que não o faria...mesmo que tu chorasses.
A viagem ainda é longa e difícil, porque quanto mais longe estiveres daqui, o coração vai apertando...
Foi bom ter-te aqui estes dias e vou ter saudades, mas...a vida é assim mesmo. Temos de seguir em frente...

sábado, 19 de setembro de 2015

Não...o tempo não volta atrás...





Aqui estou eu outra vez...
Hoje acordei um bocadinho triste, confesso, a pensar numa coisa em que muitas pessoas pensam. No tempo, no relógio, nos anos, nos dias, nos minutos, até nos segundos. Se pudéssemos voltar atrás, o que mudaríamos? E se houvesse uma máquina do tempo, até que ponto seria bom para nós estar sempre a voltar atrás?
Será que com tanta tecnologia, tendo o homem alcançado lugares tão longínquos e sombrios pelo universo fora, será que é suposto inventarmos uma máquina que nos faça poder emendar os nossos erros do passado? 
Por mais que gostasse, infelizmente tal coisa nunca será possível. Sabem porquê? Porque só vivemos uma vez...e se não conseguirmos ser o melhor que pudermos ser agora, hoje...então não haverá segundas ou terceiras oportunidades. Pensei muito nisso e no quanto desejava que muita coisa na minha vida pudesse ter sido diferente. Desejava não ter dito ou feito certas coisas, mas agora só me resta esperar que quem tenha de me perdoar que o faça e que eu consiga perdoar-me a mim mesma, também. Assumir um fracasso é sempre muito difícil...e dói muito cá dentro. 
Mas "a vida continua" (é o que todos me dizem), mas capacitem-se que não é por o dizerem centenas de vezes que eu me sentirei menos triste. 
Acho que passei tempo demais a ouvir coisas que me davam a entender que ainda me faltava alguma coisa para merecer ser amada, que talvez tenha começado a ser demasiado exigente comigo mesma...
O tempo realmente não volta atrás e só me resta aprender com tudo o que vivi, com as pessoas que conheci...e não permitir que a tristeza invada o meu coração. A nostalgia virá sempre, uma vez ou outra. Sim, mas não para me questionar o que teria acontecido se tivesse feito isto ou aquilo. Agora sei que há coisas que estão escritas e provavelmente não estava destinado por Deus que as coisas tivessem corrido de outra forma. Por mais que eu tivesse me esforçado o resultado teria sido sempre o mesmo. Quando há outro caminho a seguir, Deus coloca obstáculos e coisas no caminho para fazer-nos seguir noutra direção. Quem não está sensível a isso, por vezes leva mais tempo a mudar de rumo e por isso é que as coisas vão se tornando cada vez mais difíceis de suportar, porque as rochas passam a pedregulhos e depois Deus tem de levantar mesmo um muro enorme para que consigamos perceber que é para deixarmos de insistir, para pararmos de ser teimosos...e sim, admitir que não dá mais é muito doloroso e ficamos todos partidinhos por dentro, em mil pedaços, mas também sei que Ele não parte nada que não vá reconstruir mais bonito ainda!
É isso que me anima...é isso que me dá força. Sabem...fico emocionada cada vez que começo a imaginar o que o futuro me reserva. 
Quero começar a olhar para mim e sorrir...rir à gargalhada comigo mesma, gostar do que vejo, ser feliz com o que me for dado a cada dia e poder retribuir igualmente ou mais ainda.
Mais um pensamento que partilho aqui hoje...
Fiquem bem, porque eu vou tentar ficar também!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Açoreaninha outra vez...



Os meus dedos tremem ao recomeçar isto tudo de novo...colocar o que sinto no papel. 
Sempre que regresso aqui, ao meu cantinho, tenho sempre que relembrar que estou atolada em acontecimentos, memórias e que tanta coisa aconteceu desde a última vez que aqui estive, que tenho mesmo de pedir desculpa a vocês e a mim própria por ter estado tanto tempo ausente.

Vir aqui fazia-me tão bem, porque desabafava, exteriorizava o que sentia e a mágoa e dor tornavam-se passageiras, mas agora é tudo tão recente, tão fresco, tão sensível, que tenho mesmo de permitir-me chorar, deitar para fora tudo o que me preocupa.

Isto que deixo escrito talvez seja a única coisa tão minha que irei deixar a quem alguma vez me conheceu. Talvez assim me compreendam um pouco melhor...
Vivi cinco anos da minha vida num misto de emoções, de sorrisos e lágrimas, muitas injustiças, muitas mesmo...e tudo isso mudou-me. Sou uma nova mulher. Sinto isso. 
Tudo o que aprendi ao longo deste tempo numa grande cidade fez-me ver o quanto sou abençoada em ter um cantinho meu no meio do oceano Atlântico que me faz lembrar todos os dias a grandiosidade de tudo, até a de um pequeno escaravelho a trepar uma árvore...

Nestes últimos anos, os meus sonhos tornaram-se em pesadelos, a minha fé esmoreceu, mas continuo a acreditar. Acredito que por mais que sonhe em ter alguém ao meu lado que seja a minha outra metade, isso só irá acontecer quando Deus quiser que aconteça. O meu erro foi de uma forma impulsiva ter acreditado demasiado rápido. Acontece às melhores...

Tínhamos formas diferentes de ver o amor. O amor é paciente, é bom, não se enfurece, não fica feliz com a desgraça do outro...e ele era alguém que incentivava-me a ser alguém que eu não era nem queria ser. Comecei a ficar má...a atacar antes que me atacassem...a estar demasiadas vezes à defesa. Discussões atrás de discussões que me deixavam exausta mentalmente e emocionalmente, pois no final eu passava a acreditar que valia muito pouco. Valia pouco para tudo e todos...
Eu não queria ser assim e tive de procurar ajuda, de fugir do que me estava a empurrar para o abismo...senão nunca mais de lá sairia.

Nunca mais encontraria a Marisa que eu conhecia e tudo de bom que eu tivesse dentro de mim iria ficar de tal modo destruído que só um milagre conseguiria refazer o que já estava desfeito.

Além de tudo isso, no meio de toda uma tempestade emocional, o meu pai morre...uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu não estava lá, não me despedi, tinha saudades dele, mas agora só restam as lembranças.
Sentia orgulho dele, mesmo sentindo algum ressentimento por coisas que eu sei que ele podia ter feito e não fez. Eu e ele éramos parecidos em algumas coisas, mas tão diferentes noutras!
Eu acredito que se ele tivesse feito certas coisas de outra forma, que ele ainda estaria entre nós. Mas de que adianta especular? O nosso tempo nesta Terra está contado. Deus sabe todos os nossos dias e chegou o momento do meu pai. Tenho de me conformar com isso. 
Sempre quis que ele sentisse orgulho de mim. Infelizmente ele era o tipo de pai que sentia mais orgulho nos filhos dos outros do que nos seus...pelo menos era isso que ele transmita algumas vezes. Nunca mo disse directamente, mas não era preciso. 
Foi um bom pai, mas causou-me algum sofrimento. Aquele tipo de mágoa que parece que irá ficar para a vida toda., mas sim, eu sei que tenho de perdoar, porque todos os erros que ele cometeu definem-me hoje e há muitas pessoas que gostam de mim como eu sou, por isso vou tentar valorizar-me um pouco mais a partir de hoje.
Independentemente do que eu tenha ouvido constantemente no passado, eu valho alguma coisa sim, nem que seja para Deus...e vou aproveitar tudo o que vivi para crescer interiormente, porque tudo isso fez-me uma pessoa mais experiente, mais sábia...mais forte!

Não sei quem me visitou e quem leu o que tenho escrito, mas percebi que muita gente veio "bisbilhotar", à procura de uma notícia, de um sinal da minha existência...e obrigada por isso!

Ainda não estou preparada para "sair da toca", mas sinto que vou recuperar...