quinta-feira, 8 de abril de 2010

A minha análise...

Estou convencida de que estamos mesmo neste mundo para aprender, evoluir...e passo a explicar :

Desde nova que uma das coisas que mais me irritavam e tiravam do sério era uma criança mimada.
A sério...eram daquelas coisas que eu tinha muita dificuldade em compreender, especialmente porque uma criança supostamente é criada por dois ou mais seres dotados de alguma inteligência e prudência e o resultado nunca devia ser tão mau!

Se um pai ou uma mãe não tem mão no seu filho até aos 4 anos, podem esquecer que não irá mudar muito mais. É uma certeza estudada e comprovada ao longo dos anos.
Mas o que quero dizer com isto é que aparecem as provas, para que venhamos a aprender aquilo que não conhecíamos e talvez não quiséssemos conhecer (o que foi o meu caso).

Viver com uma criança mimada, que não aceita o "não", que não sabe respeitar os mais velhos, que sabe que fez mal e quer continuar a fazê-lo (talvez para ter alguma atenção extra), é desgastante tanto fisicamente como emocionalmente. E esse cansaço acaba por se reflectir em todas as áreas da nossa vida.

Para os pais que têm medo de castigar os vossos filhos : Não tenham. Por favor, não tenham. Se não o fizerem na altura certa, se não forem firmes, eles irão perder todo o respeito que tem por vocês.
A criança é um ser frágil, mas dotado de uma esperteza incrível.
Nunca se deve subestimar uma criança. Desde o berço que aprendem aquilo que nós permitimos que elas aprendam. A inteligência está lá...mas nós fazemos o resto.
Uma criança que é rebelde, só o é, porque não foi "moldado" devidamente. A culpa não é dela...é do ambiente onde se desenvolveu.
Se uma árvore é plantada num ambiente relativamente seco, vai fazer descer as suas raízes, vai lutar para sobreviver com os meios que dispõe.
Uma criança também é assim. Ela só é aquilo que nós a fazemos "beber".
Se lhe damos tudo o que ela quer ou se presumimos que ela precisa de coisas que na realidade são dispensáveis para ela viver feliz, ela vai habituar-se a isso.
Um cão de raça conhecida como agressiva pode tornar-se no animal mais dócil e manso que já viram...e porquê? Porque o dono dele não o incentivou a morder e porque lhe deu muito amor.
Atenção, dar amor não é o mesmo que lhe dar um brinquedo ou levá-lo a passear. Não é o mesmo que dizer "sim" sempre que ele vos pede uma coisa. Desde muito cedo a criança tem de aprender o que é o "não" e aceitá-lo sem resmungar. Se resmungar, o pai ou a mãe têm de fazê-la ver que não vale a pena, porque não vão voltar atrás com a sua decisão.
O erro de muitos pais é dizerem "não" à criança e 10 minutos depois voltarem atrás, mesmo que comprando outra coisa (sem que a criança chegue a pedir).
Uma criança mimada, no futuro vai ter muitas desilusões.
Eu acho preferível uma criança ouvir "não" a sua infância toda e aprender o que é o "não", do que ouvir o "sim" e depois mais tarde não saber que o "não" a teria protegido de toda a dor que está a sentir agora.
Tenho pensado muito nisso, na educação de hoje e na educação de antigamente.
Se formos ver, as pessoas de antigamente eram muito mais educadas. E porquê? Porque desde muito novos aprenderam que não podiam ter tudo o que desejavam. Os pais diziam que não podiam comprar e ponto final, não se falava mais nisso.
Hoje em dia é exactamente o oposto. São capazes de ceder para que o filho não faça um escândalo e tenha o seu boneco de guerra. Isso, eu não entendo. As pessoas têm que ser mais rígidas, bolas!
Eu nunca deixei que a minha filha visse um pingo de arrependimento (mesmo que me tivesse a doer repreendê-la), quando eu disse que "não", nunca voltei atrás.
As vezes que disse que não lhe podia comprar o brinquedo que ela queria, ela compreendeu...e eu recompensei-a mais tarde por isso.
Fiz-lhe uma surpresa e trouxe-lhe uma boneca (sem que ela a escolhesse) e ela adorou!
As crianças não deviam escolher o que querem. Não devíamos dar-lhes essa opção. Elas têm de ficar gratas com aquilo que nós lhe damos. Isso é outro erro que muitos cometem.
Eu também cometi alguns, mas também aprendi com eles. E graças a Deus as consequências não foram graves.
Bem, a análise em relação a esta minha preocupação está completa.
Os adultos é que fazem as crianças que existirão no futuro...
Esperemos que aprendam a respeitar o próximo e todos os seres vivos.
Porque é que não estou optimista?

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