sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A dor...

A aceitação da dor é o primeiro passo para suportá-la, caso contrário, o pessimismo, a impaciência e a sua intolerância, poderá transformá-la num fardo além das suas forças...
Fazer o quê? Agitar-se, chorar, gritar, queixar-se, resignar-se, calar-se, ficar quieto?
A experiência da dor é individual, solitária e de difícil comunicação. Que palavras, que gestos a podem traduzir?
Tentamos encontrar a explicação para essa dor e perguntamo-nos : O que temos? Porque dói?
Procuramos a resposta na realidade ( na ferida ) e no imaginário (será por causa de...) e assim que pressentimos a dor, mudamos logo de comportamento.
Procuramos evitá-la, aliviá-la. A dor força-nos a reagir, a proteger-nos às vezes até à exaustão.
Do grito de dor à relação estruturada médico-doente, dizer que se sofre é uma ponte estendida e um alívio para a pessoa que está fechada na sua realidade dolorosa.
Perante a dor, surge a inquietação que não faz mais do que reforçar o sofrimento. A dor dá origem a stress físico e psicológico que pode ser prejudicial.
Aquele que sofre encontra-se perante os seus próprios limites, perante o desconhecido, "quanto tempo aguentarei isto? Irá durar muito?"
A dúvida instala-se, a confiança desaparece. "Os médicos terão diagnosticado e controlado o problema? A dor não passa, isto não é normal. Podem ter feito asneira".
O desconforto (dificuldade de mover-se, encontrar uma posição confortável para dormir, de comunicar o que sente às pessoas), tudo isso aumenta essa sensação.
A descontracção, a calma, a boa disposição, o optimismo, aumentam a tolerância à dor.
A esperança na cura, o sentimento de controle da doença e da dor, a confiança nos seus próprios recursos, são factores que limitam a dor e facilitam o seu tratamento e respectiva cura.
A confiança passa pela compreensão da situação.
Pensem que a dor nunca é para sempre...
Lembro-me de quando parti a perna há 3 anos.
Tive dores horríveis, agoniantes até. Desejei morrer, partir deste mundo, de tão horrível que foi a dor...mas se hoje quisesse vos descrever as dores e o stress físico e psicológico que senti, não conseguiria. É impossível. Só estando no meu lugar é que saberiam.
Mas digo-vos que é um cansaço físico, que depressa se torna em cansaço emocional. Entramos em depressão rapidamente se não conseguirmos ter uma visão mais alongada da vida.
Quando existe dor ( física ou emocional ) quer dizer que está a haver uma transformação, uma cura...
A minha mãe sempre me dizia, quando eu era pequena e berrava de dores quando ela me estava a desinfectar uma ferida ( com água oxigenada - e eu detestava aquilo ) : "Se está a doer é porque está a curar!"
E eu pensava : "Pois sim...tá bem...a mentir a uma criança. Que lindo."
A verdade é que o corpo para se regenerar, tem de passar por muitas fases, fases essas que implicam sempre alguma dor.
E quando falo nisto, acho que também se aplica à dor emocional, o perder alguém que amamos, por exemplo.
Também isso implica dor e regeneração interior...
Para o meu amor, só lhe posso dizer que estou solidária com a tua dor e de tudo farei para que a consigas suportar da melhor maneira possível.
Ser operado é sempre um grande trauma físico e psicológico. Temos sempre tendência para pintar um quadro demasiado negro, não é? Mas a escuridão é apenas a ausência de luz!
O sol acaba sempre por nascer... : )
Estarmos gratos pela vida, pelas pessoas que nos amam, termos um pensamento positivo perante a dor, é um enorme passo para superar todas as dificuldades...

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