sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Enquanto tentamos não congelar...

Aqui em Portugal continental sente-se mesmo o que é o frio. Nos Açores é diferente, apesar de ser raro baixar aos 9 graus.
Daqui a umas horas tenho de sair e vou ter mesmo de andar um bocado a pé...ou seja, irei congelar um bocadinho. E bem não me vai fazer, porque tenho andado constipada e esta manhã acordei com a garganta a doer imenso e uma tosse horrível, daquela seca e descontrolável, que irrita até ao mais calmo e paciente dos seres.
Se fosse uma coisa possível de agarrar, palpável, já a tinha estrangulado há muito tempo. Dizem que devia ter sido vacinada para a gripe, mas será que uma simples vacina consegue afugentar esses virus que aparecem todos os dias sabe-se lá de onde?
Bem, mas mudando de assunto, neste preciso momento estou a escrever e a ouvir ferramentas e homens a montarem o meu roupeiro novo. É gigante, com espelhos...e vamos finalmente poder arrumar as nossas roupas todas. Já não era sem tempo! Em 5 meses, ter de andar a procurar roupa em malas e caixas (e por vezes não encontrar o que queríamos) é no mínimo frustrante.
Mas graças a Deus tenho sido abençoada e tenho tido ajuda de pessoas que nem são da minha família. Cada vez mais de capacito que família são aqueles que apesar de estarem longe, sentimo-los sempre perto. São aqueles que mesmo que não me digam nada, apenas me façam saber que à noite, quando dobram os seus joelhos para falar com Deus, um pouco desse tempinho é dedicado a mim, já significa muito.
Durante muitos anos vivi isolada do resto do mundo. Era só eu e a minha bébé. Só nós...
Agora, ambas temos de nos adaptar a viver num mundo diferente daquele que conhecíamos, partilhar experiências, conhecer novos lugares, pessoas...e falo por mim, mas tem dias que sinto um peso sobre o meu coração, como se estivesse a acumular emoções demasiado rápido...e de facto está. Todos os dias o meu coração bate e aprende uma coisa nova...
Sentir-me uma filha de Deus, aqui, é muito diferente, é difícil, é um teste diário.
A natureza não me pode proteger, não posso fugir para o meio do mato e estar num sítio puro, leve...
Há mais pessoas do que árvores. Há mais mal do que bem. Há mais incredulidade, há mais de tudo.
A falta de fé nas pessoas deixa-me tão triste, fico tão triste por elas! Não fazem ideia de como é bom acreditar que há um Deus que nos ama e protege, que por mais erros que cometamos, se corrermos arrependidos para os pés Dele, é impossível não recebermos um abraço...e que uma pessoa que passa a vida a duvidar e a pôr em causa a existência do sobrenatural, é uma pessoa que não consegue sentir paz, tranquilidade...porque não sabe o verdadeiro significado de "esperar no Senhor..."
Eu não sei o que o dia de amanhã me trará, mas se me preocupar demasiado, é prova de que não há fé.
Se fechar os meus olhos e pensar que poderei morrer a qualquer momento, não ficarei com medo, porque tenho plena certeza que este mundo não termina aqui.
Jesus disse que nos iria preparar um lugar e acredito muito nisso. É tão mais fácil acreditar nestas coisas boas do que duvidar que existam, porque se fizer isso, então a minha vida será um inferno na terra. Serei infeliz. Então somos mesmo só feitos de uma massa que servirá para alimentar as larvas e que se desintegrará...e morre corpo e morre a alma. Não é triste isto?!
Será que o destino do ser humano é mesmo este? Só este?
Porque é que o homem luta com o seu coração? A mente faz parte do corpo, mas o coração é a nossa alma, o nosso interior, a nossa consciência, a nossa linha aberta com Deus.
Só que nos dias de hoje, as pessoas endureceram o coração de tal maneira, que mesmo que vejam ou ouçam qualquer coisa que os comova, passados minutos, já não se lembram do que viram e seguem em frente. Muitas vezes Deus fala com as pessoas atravez de outras, de gestos que supostamente deveriam tocar no fundo e fazer cair uma lágrima, mas a mente acaba por abafar o coração. A razão e o corpo prevalecem e o espírito é posto de lado. É tão contraditório, visto que o corpo morre e o espírito vive para sempre. Deveríamos dar mais importância ao nosso aspecto espiritual do que ao nosso aspecto físico, perante Deus e até perante a sociedade, se fosse temente a Deus, concordaria com isto que estou a escrever.
Se as pessoas se preocupassem mais em embelezar o seu interior, a vida seria muito mais fácil e seríamos todos muito mais felizes. Infelizmente não é assim...
A incredulidade produz um fruto duro de se roer, amargo, sem sabor...
A fé produz um fruto de casca mole (sensível) e no seu interior está um manjar, um sabor maravilhoso...
Quem tem fé é mais feliz. Quem tem fé, por pouca que seja, tem mais paz. É apenas algumas das recompensas que Deus dá por acreditarmos que Ele existe, que Ele faz acontecer e que Ele nos ama.
Espero que quem ler isto, consiga encaixar a sua ciência com Deus. Mas até hoje a ciência não conseguiu provar o sobrenatural, mas ele existe.
O Pentecostes, por exemplo, a ciência explica isso como um acumular de reacções químicas e físicas no corpo daquela gente toda, que justificam alguns sentimentos e acções daquele dia...mas não pode negar que aconteceram, nem explicar porquê essas coisas aconteceram. Há coisas que não têm explicação, porque aconteceram de uma forma sobrenatural.
O sobrenatural não se explica. Vê-se (raramente) e sente-se (muitas vezes)...
Se Deus aparecesse ao mundo, se desse provas da Sua existência, estaria a contradizer-se a Si próprio e à Sua palavra. Ele quer que tenhamos fé. Sem fé, ninguém O verá.
É uma prova de requisito. Se todos O vissem, então todos acreditariam e O temeriam, mas no entanto, iriam procurá-Lo com medo de não ir para o Inferno, com medo das coisas horríveis pelas quais teriam de passar infinitamente e não por amor a Ele. Deus quer ao Seu lado aqueles que O amam mesmo sem ver o Seu rosto...e que o amem por aquilo que Ele é e faz na nossa vida.
A fé tem essa explicação.
E já escrevi demais por hoje. Vou preparar-me para sair e...que Deus nos proteja do frio! :)

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